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Cap.20 – Drenagem

20.1 – Introdução

20.1.1 – Tipos de drenagem

Ao falar de drenagem, é importante estabelecer a distinção entre dois tipos diferentes de drenagem:

  • A drenagens superficial, cujo objectivo é dar escoamento às águas que se acumulam na superfície do terreno (provenientes normalmente do excesso de precipitação). A drenagem superficial consiste em regularizar o terreno (criando um declive constante e acabando com os pontos baixos), criar valas para o escoamento da água acumulada, aumentar a secção de pontes e aquedutos, limpar, alargar e aprofundar as linhas de água.

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Figura 20.1 – Exemplo da drenagem superficial

  • A drenagem subterrânea, cujo objectivo é retirar o excesso de água que existe no interior do solo. Por outras palavras, pretende-se baixar o nível freático. As causas de um nível freático elevado podem ser, além de uma camada impermeável mais ou menos superficial (que impede a drenagem natural), o elevado nível de um rio ou ribeiro, chuvas ou mesmo regas exageradas. Os problemas de drenagem subterrânea ocorrem normalmente em zonas muito planas, em que toda a água se infiltra no solo. As melhorias a efectuar consistem em:
    • Instalar drenos enterrados a cerca de 1 metro de profundidade
    • Abrir valas profundas (0,8 - 1,0 m de profundidade).

Para além disso, se se tratar de uma zona muito baixa, pode ser necessário, para evacuar essa água, bombá-la para o leito de um rio situado a um nível mais elevado.

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Figura 20.2 – Exemplo da drenagem subterrânea

Mais do que técnicas diferentes, interessa sublinhar que se trata de filosofias distintas: enquanto o objectivo da drenagem superficial é escoar rapidamente a água que se acumula à superfície do solo (de forma a impedir que ela se infiltre), com a drenagem subterrânea, não sendo possível evitar a infiltração da água, o que se pretende é retirá-la do interior do solo, para que as culturas não sofram.

A distinção entre estes dois tipos de drenagem é evidentemente esquemática e, por vezes, difícil de estabelecer, já que há uma grande relação entre eles. Por exemplo, se a água de encostas chega a uma planície e não for evacuada rapidamente, infiltra-se e causa um excesso de água dentro do solo — a falta de drenagem superficial provoca a necessidade de drenagem subterrânea.

É importante referir que, em Portugal, na maioria dos casos onde existem problemas de drenagem, estes podem ser resolvidos com recurso a técnicas de drenagem superficial, nomeadamente limpeza das linhas de água ou das valas existentes (Fig.20.3-esquerda), ou reposição das valas de drenagem abolidas para facilitar as operações culturais (Fig.20.3-direita). Por outro lado, nos vales aluvionares extensos e muito planos (vales dos rios Tejo, Mondego, Vouga, etc.), os problemas do excesso de água só se podem resolver com drenagem subterrânea.

fig20 3

Figura 20.3 – Exemplos das consequências da falta de manutenção da rede de drenagem superficial

ÍNDICE

20.1 – Introdução. 1674

20.1.1 – Tipos de drenagem.. 1674

20.1.2 – Efeitos benéficos da drenagem.. 1675

20.2 – Solo e Drenagem.. 1677

20.2.1 – Características do solo e sua relação com a drenagem.. 1677

20.2.2 – Dinâmica da água no solo. 1680

20.3 – Teoria e Técnicas de Drenagem Subterrânea. 1684

20.3.1 – Parâmetros e fórmulas de drenagem.. 1684

20.3.1.1 - Generalidades. 1684

20.3.1.2 – Regime Permanente. 1686

20.3.1.2.1 – Fórmula de Hooghoudt 1686

20.3.1.2.2 – Fórmula de Ernst 1689

20.3.1.3 – Regime variável 1691

20.3.2 – Materiais de drenagem.. 1694

20.3.3 – Técnicas de instalação de drenos subterrâneos. 1696

20.3.4 – Outras indicações de colocação de drenos. 1698

20.3.5 – Colectores. 1699

20.4 – Critérios de Drenagem.. 1700

20.4.1 – Definição. 1700

20.4.2 – Escolha do critério adequado. 1702

20.4.3 – Determinação dos critérios de drenagem.. 1705

20.4.3.1 – Regime variável 1705

20.4.3.2 – Regime permanente. 1707

20.4.3.3 – Transformação dos diferentes requisitos de drenagem no critério do regime permanente  1710

20.4.4 – Critérios de drenagem em colectores e bombas. 1710

20.5 – Determinação da Condutividade Hidráulica e Porosidade Drenável 1712

20.5.1 – Enquadramento. 1712

20.5.2 – Classificação e descrição de alguns métodos. 1713

20.5.3 – O método do furo de sonda. 1715

20.5.4 – Porosidade drenável 1718

20.6 – Drenos-Toupeira. 1719