Cap.12 - Ferti/Quimirega
12.1 - Introdução
A rega, é, como foi definida, a aplicação artificial de água ao solo, de uma forma eficiente e uniforme, com o objectivo de fornecer humidade às plantas cultivadas e melhorar as condições em que as mesmas se desenvolvem, sempre que o solo não tiver a humidade suficiente. Esta distribuição deverá efectuar-se tendo em atenção a qualidade da água, a cultura e fase de desenvolvimento, a época do ano, o tipo de solo, as condições culturais, etc.
Com a pressão ambiental sobre a agricultura, e com a escassez e o custo da água para rega, os sistemas de rega tem tido um desenvolvimento no sentido da aplicação da água de uma forma cada vez mais uniforme e eficiente, o que associado à aplicação localizada e a uma gestão com automatismos crescentes, possibilitou a que a rega, para além de cumprir o seu objectivo primeiro, pudesse ser aproveitada, simultaneamente, como veículo aplicador dos produtos agroquímicos usados na agricultura de regadio, nomeadamente fertilizantes, insecticidas, herbicidas, praguicidas e outros produtos usados no combate de doenças e pragas das culturas e de infestantes.
Surgiu assim, o conceito de – fertirrega (“Fertigation”) – quando se trata da aplicação de fertilizantes. Este conceito é, contudo, em alguns autores, substituído por outro mais geral e que é designado por – Quimirrega (“Chemigation”) – englobando-se não só a fertirrega, como também a aplicação dos outros tipos de agroquímicos, através da água de rega, de acordo com as exigências das plantas, tanto mais que os equipamentos de injecção são os mesmos.
Dependente do sistema de rega, os agroquímicos podem ser aplicados directamente na zona radicular (rega subterrânea), junto da zona radicular (rega localizada, ou de superfície), na parte aérea da planta (rega por aspersão), ou em ambas.
Com esta acção, possibilita-se, por um lado, fazer a aplicação de uma forma mais eficiente e uniforme, mais facilmente assimilável, e simultaneamente, evitar as operações que, de outra forma, teriam que ser realizadas por métodos clássicos.
A aplicação desta técnica implica a recolha de elementos auxiliares, tais como, análises de solo, água e plantas, de forma a melhor estabelecer um sistema integrado de nutrição vegetal.
Complementarmente à adição de agroquímicos à água de rega, poderá ser necessário adicionar outros produtos químicos com a finalidade da prevenção do crescimento de algas, ou no controlo dos precipitados químicos que poderão levar ao entupimento dos emissores de rega (ver Cap.14).
Tendo presente estes conceitos, e dado que em muitas regiões, o conceito de - fertirrega - continua a ser o conceito dominante, tanto mais que, a aplicação dos outros agroquímicos não é, muitas vezes sequer utilizado, utilizar-se-á neste livro, apenas como forma de exposição, os dois conceitos, ou seja, o de fertirrega no que respeita a aplicação de fertilizantes e/ou outros produtos com o objectivo de controlar o entupimentos dos emissores de rega, e o de - quimirrega - relativamente à aplicação de produtos para controlo de infestantes (herbicidas) e pragas e doenças (insecticidas, nematicidas, etc.).
ÍNDICE
12 – FERTI/QUIMIRREGA
12.1 - Introdução
12.2 - Fertirrega
12.2.1 - Vantagens e inconvenientes da fertirrega
12.2.2 - Nutrição das culturas
12.2.2.1 - Influência da solução do solo nos equilíbrios minerais
12.2.2.2 – Análises de Solo, Planta e Água
12.2.3 - Fertilizantes
12.2.3.1 - Função dos elementos nutritivos
12.2.3.1.1 - Macronutrientes
12.2.3.1.2 - Micronutrientes
12.2.3.2 - Soluções Nutritivas
12.2.3.2.1 – Considerações gerais
12.2.3.2.2 - Aplicação das soluções Nutritivas
12.2.3.2.3 - Fertilizantes líquidos
12.2.4 - Equipamentos para injecção dos nutrientes
12.2.4.1 - Introdução
12.2.4.2 - Equipamentos
12.2.4.2.1 - Escolha do tipo de método
12.2.4.2.2 - Tanques de fertilização
12.2.4.2.3 - Injector venturi
12.2.4.2.4 - Bombas Injectoras ou Doseadoras
12.2.4.2.4.1 – Considerações Gerais
12.2.4.2.4.2 - Bombas injectoras de accionamento eléctrico
12.2.4.2.4.3 – Bombas injectoras de accionamento hidráulico
12.2.4.2.4.4 – Bombas centrífugas com rodetes de aço inoxidável.
12.2.4.3 - Dimensionamento dos equipamentos de injecção
12.2.4.3.1 – Considerações gerais
12.2.4.3.2 – Taxa de injecção
12.2.4.3.3 – Programa de injecção
12.2.4.3.4 – Aplicação numérica
12.2.5 – Uniformidade de aplicação de fertilizantes
12.2.6 – Calibração dos injectores
12.3 – Quimirrega
12.3.1 - Introdução
12.3.2 – Vantagens e inconvenientes
12.3.3 – Características dos produtos usados em quimirega
12.3.4 – Taxas de aplicação
12.3.4.1 – Aplicação numérica
12.4 - Normas de segurança
12.5 - Configuração geral de uma estação de ferti/quimirrega
Bibliografia