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Cap.9 - Sistemas de Distribuição na Exploração Agrícola

 

O abastecimento em água à exploração agrícola pode ser feito normalmente a partir de várias fontes, as quais se podem resumir em:

  • Abastecimento individual (Fig.9.1) que pode ter origem em:
    • Albufeira criada por uma pequena barragem de terra construída no interior da exploração agrícola
    • Águas subterrâneas
    • Captação a partir de uma linha de água com caudal de estiagem suficiente

 

diferentes tipos de abastecimento individual

Figura 9.1 – diferentes tipos de abastecimento individual

  • Abastecimento colectivo - através do qual as explorações podem ser abastecidas a partir de uma rede colectiva de distribuição, gerida normalmente por uma associação de regantes, de acordo com determinados esquemas de distribuição previamente estabelecidos (Fig.9.2).

 

Exemplo de hidrantes numa rede colectiva para distribuição a uma exploração agrícola

Figura 9.2 – Exemplo de hidrantes numa rede colectiva para distribuição a uma exploração agrícola

 

Em função da fonte distribuidora, das necessidades e das disponibilidades, a exploração agrícola terá acesso à água segundo determinados critérios, essencialmente baseados no caudal, frequência, e duração com que a  água é distribuída a cada unidade. Cada critério tem vantagens e inconvenientes uns relativamente aos outros, e incidência ao nível da utilização da mão-de-obra, da cultura e dos custos de investimento necessários a essa distribuição.


O caudal – é, normal e previamente especificado pela entidade responsável e, por cada hidrante, pode ser definido como constante ao longo da campanha de rega, como acontece nos sistemas de rega por gravidade, em que cada órgão de medição está calibrado para descarregar, sempre que em funcionamento, o mesmo caudal, definido pelas características do órgão de medição e pela carga sobre o mesmo, constante qualquer que seja o caudal transportado pelo canal.

Nos sistemas em pressão, o caudal descarregado pode apresentar alguma variação, mas, contudo, apresenta um valor limite máximo, que não pode ser excedido, devido a equipamento limitativo implantado no hidrante.

Seja qual for a variação admissível, é, à partida, conhecido o caudal máximo possível de ser extraído e a variação a que pode estar sujeito

A frequência – corresponde à frequência com que esse mesmo caudal está disponível para o utilizador, ou seja, acesso à água com intervalos previamente fixados e rígidos (definido pela entidade gestora), fixados com alguma maleabilidade, ou totalmente dependente da vontade do utilizador em função das necessidades em água reais das culturas. Entre estes dois limites, poderá haver algumas variantes dependentes do grau de rigidez do sistema de distribuição.

A duração – tem a ver com o período de tempo a que o utilizador tem acesso à água. Tal como os outros critérios a duração do acesso à água pode variar entre alguns minutos ou escassas horas, como acontece nos sistemas sem flexibilidade, a acesso contínuo e permanente dependente da vontade do utilizador.

Como facilmente se pode concluir a definição destes três critérios influencia as condições de exploração do perímetro regado, o dimensionamento da rede de rega e equipamento associado, a flexibilidade na satisfação das necessidades em água das culturas instaladas, a eficiência do uso da água quer ao nível das redes de transporte e distribuição da água, quer ao nível da aplicação na exploração agrícola.

Neste capítulo pretender-se-á analisar, de uma forma sumária, os diversos sistemas de distribuição de água à exploração agrícola, assim como os mecanismos e estruturas utilizados, ao nível da exploração da rede, para distribuir a água às diversas parcelas a regar.

ÍNDICE

9- SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO À/NA EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA.. 621

9.1 - Considerações Gerais. 621

9.2 - Formas de Distribuição da Água à Exploração Agrícola. 622

9.2.2.1 – Considerações gerais. 623

9.2.2.2 - Volume Fixo - Horário Fixo. 623

9.2.2.3 - Volume Fixo - Horário Variável 624

9.2.2.4 - Volume Variável - horário Fixo. 624

9.2.2.5 - Comparação Entre os Diversos Tipos de Distribuição Rígida. 625

9.2.2.6 - Processo de Cálculo. 625

9.2.2.6.1 - Caudal de Dimensionamento da Rede de Distribuição. 625

9.2.2.6.2 - Duração da Rega. 626

9.2.2.6.3 - Módulo de Rega. 626

9.2.2.6.4 - Caudal de Dimensionamento de Cada Distribuidor 628

9.2.2.6.5 - Aplicação Numérica. 630

9.2.3.1 - A Pedido. 633

9.2.3.2 - Processo de Cálculo. 634

9.2.3.2.1 - Caudal de Dimensionamento da Rede. 634

9.2.3.2.2 - Aplicação Numérica. 637

9.3 - Distribuição da Água à Exploração Agrícola. 642

9.3.1.1 - Considerações Gerais. 642

9.3.1.2 - Tipos de Equipamento. 646

9.3.1.2.1 - Condução da Água. 646

9.3.1.2.2 - Estruturas em Canal 648

9.3.1.2.2.1 - Estruturas para Condução. 648

9.3.1.2.2.2 - Estruturas para controlo do declive. 650

9.3.1.2.2.2.1 - Aplicação Numérica. 652

9.3.1.2.2.3 - Estruturas Para Controlo da Distribuição. 654

9.3.1.2.2.3.1 - Aplicação Numérica. 658

9.3.1.2.2.4 - Estruturas para Controlo de Aplicação. 659

9.3.1.2.2.5 - Estruturas de Segurança. 660

9.3.1.2.2.5.1 - Considerações Gerais. 660

9.3.1.2.2.5.2 - Descarregadores Laterais. 660

9.3.1.2.2.5.3 - Sifões Automáticos. 662

9.3.1.2.2.6 - Estruturas de Esvaziamento. 664

9.3.1.2.3 - Estruturas em Tubagem.. 664

9.3.1.2.3.1 - Estruturas de Protecção. 664

9.3.1.2.3.2 - Ventosas. 666

9.3.1.2.3.3 -Estruturas de Controlo de Distribuição. 666

9.3.1.2.3.3.1 - Aplicação Numérica. 671

9.3.1.2.3.4 - Estruturas para Controlo de Aplicação. 672