Cap.5 - Nivelamento de Terras
Em qualquer projecto de regadio, entre os vários factores que há que considerar, ressalta, pela sua importância na selecção do método de rega, os factores - solo e topografia -, nomeadamente devido:
- Às irregularidades da superfície
- Ao grau e direcção do declive
- Às características do perfil do solo
- À forma da parcela a regar
- Ao sistema de drenagem natural
- Aos obstáculos que podem surgir
Estes factores, podem condicionar, só por si, a escolha do método de rega mais ajustado às condições locais, principalmente se esse método for a rega por gravidade, também chamado por superfície, rega de rojo, por escorrimento, por alagamento, etc. (Ver Cap.10.2).
Se este for o método escolhido, torna-se necessário proceder à adaptação da superfície do terreno a este método. Esta adaptação, consiste na modificação do microrelevo da superfície do solo, até se conseguir uma inclinação desta, que seja consentânea com o método de rega, e que permita a aplicação da água de forma eficiente.
A adaptação do terreno, requer normalmente uma movimentação de terras, de modo a transportar o solo de zonas mais altas para zonas mais baixas, e assim, permitir a construção de um plano com um declive uniforme, plano esse que tanto pode ser horizontal, como inclinado numa, ou em duas direcções, de tal modo que permita uma distribuição uniforme da água em qualquer ponto do plano e facilite o escoamento do excesso de água.
A precisão requerida na adaptação, depende de vários factores, e do objectivo principal desta adaptação se destinar ao regadio, à drenagem, à conservação do solo e controlo da erosão. Neste texto será apenas tratada a adaptação do terreno ao regadio, com especial relevância à rega por gravidade, pelo que, poder-se-á dizer que é admitida uma tolerância da ordem dos 1,50 cm no caso da rega por bacias, ou faixas horizontais, enquanto nas faixas inclinadas, a precisão pode ser menor e a tolerância admitida é já da ordem dos 3,00 cm.
Sem esta uniformização, as zonas em depressão receberão um excesso de água, o que pode causar prejuízo nas culturas devida à asfixia radicular, enquanto as culturas nos pontos elevados sofrerão por falta de água, e por excesso de sais, que normalmente se acumulam nos pontos elevados.
Os temas abordados neste capítulo correspondem aos apresentados no índice seguinte:
página
5.1 - Introdução |
269 |
5.2 - Critérios a que deve obedecer a adaptação ao regadio |
270 |
5.3 - Planeamento do sistema de rega |
270 |
5.4 - Métodos usados na adaptação ao regadio |
271 |
5.4.1 - Considerações gerais |
271 |
5.4.2 - Método do plano |
271 |
5.4.3 - Cálculo da movimentação de terras |
275 |
5.4.4 - Aplicação numérica |
276 |
5.5 - Instalação da quadrícula. Levantamento e piquetagem |
280 |
5.5.1 - Considerações gerais |
280 |
5.5.2 - Instalação da quadrícula |
281 |
5.5.3 - Levantamento e piquetagem |
282 |
5.5.4 - Automatização das operações |
282 |
5.6 - Processo de execução |
286 |
5.7 - Rendimento de trabalho |
288 |
5.8 - Trabalho de manutenção |
289 |