Cap.16 – Gestão da Água de Rega
16.1 - Introdução
Gestão da rega poder-se-á definir como o processo de determinação e controlo do volume, frequência e taxa de aplicação da água de rega num sistema que se pretende planeado, eficiente e uniforme.
É um processo que se gostaria que fosse (JONES 2010):
- Sensível às pequenas variações
- De resposta rápida
- Oportuno para responder às variações das condições climáticas
- Facilmente adaptável às diferentes culturas/fases do ciclo com as mínimas exigências de calibração
- Adaptável à automação
- Robusto e não exigente em grandes necessidades de treino
- Barato, quer em termos de investimento, quer em termos de operação e manutenção.
Este processo torna-se, nos dias de hoje, cada vez mais premente face, por um lado, à escassez e custo da disponibilidade, e por outro, à procura crescente do factor de produção – água -, o que exige:
- Desenvolvimento de métodos, ou metodologias capazes de estimarem o volume de água necessário às plantas (ver Cap.4)
- Desenvolvimento de tecnologias que permitam determinar a disponibilidade da água no solo a cada momento (ver Cap.3), e assim, o momento exacto de aplicação do volume de água estritamente necessário ao pleno desenvolvimento das plantas.
que permitam racionalizar as disponibilidades, no sentido da sua optimização, tendo em vista a maximização dos rendimentos, com a minimização dos custos de investimento e de exploração.
Para que se atinjam estas metas, torna-se necessário melhorar o rendimento da água ao nível da produção (BOS 1980), o que exige o conhecimento da resposta produtiva das plantas ao consumo de água, o mesmo é dizer, a relação produção/evapotranspiração, ou produção/ água fornecida, ou ainda produção/custo da água de rega, de modo a que se permita maximizar a produção por unidade de área e por unidade de volume de água aplicada.
O conhecimento destas relações exige trabalho de investigação e/ou experimentação local, já que os valores máximos da produção dependem das condições climáticas e do potencial genético da cultura, ou seja, o uso eficiente da água só consegue ser atingido quando o planeamento, a concepção e a exploração dos sistemas de distribuição e aplicação da água de rega são tais que permitam fornecer a água em quantidade e tempo adequados, para satisfazer as necessidades em água requeridas a um bom desenvolvimento cultural, tendo em vista a obtenção de produções elevadas (DOORENBOS e KASSAM 1979).
O sucesso da gestão da rega pode significar a diferença entre a obtenção doe máximo rendimento, ou a perda significativa de rendimento da exploração de uma determinada cultura.
ÍNDICE
16 - GESTÃO DA ÁGUA DE REGA
16.1 - Introdução
16.2 - Factores que afectam o consumo de água pelas plantas
16.3 - Relação água-solo-planta-atmosfera
16.4 - Relação Entre a Produção e a Rega
16.4.1 - Considerações gerais
16.4.2 - Modelos de Previsão
16.4.2.1 - Introdução
16.4.2.2 - Evapotranspiração máxima e actual
16.4.2.3 - Produção máxima
16.4.2.4 - Produção actual
16.4.2.5 - Coeficiente de sensibilidade
16.4.2.6 - Aplicação numérica
16.5 - Gestão da rega em função de objectivos
16.5.1 - Considerações gerais
16.5.2 - Maximização da produção por unidade de área
16.5.3 - Maximização da produção por unidade de volume de água aplicada
16.5.4 - Maximização da produção em termos económicos
16.5.5 - Minimização dos custos de energia
16.6 - Outros objectivos relacionados com a gestão da água de rega
16.6.1 - Introdução
16.6.2 - Protecção das culturas contra as geadas
16.6.2.1 - Considerações gerais
16.6.2.2 - Factores que condicionam a gravidade da acção das geadas
16.6.2.3 - Medidas a tomar para protecção das culturas contra as geadas
16.6.3 - Controle da salinidade
16.6.3.1 - Considerações gerais
16.6.3.2 - Fracção de lavagem
16.6.3.3 - Fase de recuperação
16.6.4 - Aplicação de fertilizantes
16.6.5 - Aplicação de herbicidas e insecticidas
16.7 - Técnicas actuais de gestão da água de rega
16.7.1 - Considerações gerais
16.7.2 - Balanço hídrico
16.7.2.1 - Modelos manuais
16.7.2.2 - Modelos por computador
16.7.3 – Gestão da rega via controlo da humidade no solo
16.7.3.1 – Introdução
16.7.3.2 – Tensiómetros
16.7.3.3. – “Watermark”
16.7.3.4 – “Enviroscan”
16.7.4 – Gestão da rega via controlo do estado hídrico da planta
16.7.4.1 – Considerações gerais
16.7.4.2 – Método de medição directa do potencial da água na folha
16.7.4.2.1 - Introdução
16.7.4.2.2 - Câmara de pressão
16.7.4.2.3 - Exemplo da utilização da câmara de pressão na gestão da rega da vinha
16.7.4.3 – Método de medição indirecta do potencial da água através da variação do diâmetro do caule
16.7.4.4 – Método de medição da temperatura da folhagem
16.7.5 – Utilização de técnicas de detecção remota
16.7.5.1 – Considerações gerais
16.7.5.1 – Metodologia
16.7.5.1.1 - Introdução
16.7.5.1.2 – Alguns Modelos existentes
16.7.5.1.3 - Obtenção de imagens de satélite e seu processamento
16.7.5.1.3.1 - Introdução
16.7.5.1.3.2 – Processamento da imagem
16.7.5.1.3.3 – Determinação da informação a partir da imagem
16.7.5.1.3.4 – Processamento da informação
16.7.6 - Outras técnicas de gestão da rega
16.7.6.1 - Introdução
16.7.6.2 – Rega deficitária controlada - RDC
16.7.6.3 – Défice de água parcial no sistema radicular – DPR
16.7.7 - Assistência técnica ao regante – SATR
16.7.7.1 – Considerações gerais
16.8 - Conclusões