Cap.14 - Avaliação do Desempenho dos Sistemas de Rega
14.1 – Introdução
Um dos problemas mais graves que se põem, hoje em dia, na gestão da água de rega ao nível da exploração agrícola, é a falta de acompanhamento dos sistemas de rega após a sua instalação.
Quer isto dizer que, após a concepção, muitas vezes feita com base em determinados supostos, nem sempre verdadeiros, e a instalação do sistema de rega, não há, regra geral, verificação do ajuste da solução escolhida à situação real de exploração, e muito menos, a correcção das anomalias verificadas que permitam melhorar o sistema de distribuição de água, e consequentemente, a eficiência de distribuição, ou seja, aumentar o rendimento da água por unidade de produção.
Esta situação, prende-se, em grande medida, com o esquecimento das técnicas de gestão da água ao nível da exploração agrícola. Estas são normalmente deixadas ao livre arbítrio do agricultor, sem que este tenha acesso e, consequentemente, tire benefício da evolução técnica que muitas das vezes presidiu à concepção dos equipamentos de rega, partindo-se, muitas vezes, do princípio que um sistema automatizado resolve todos os problemas, é eficiente e aplica a água duma forma uniforme.
Esta situação tem como consequência a escolha por vezes menos ajustada do método de rega, e consequentemente, a inviabilização ou o descrédito, por parte do agricultor, de soluções perfeitamente viáveis se correctamente aplicadas.
Nestas condições, um dos trabalhos mais importantes a fazer será aquele que se prende com o melhoramento das condições de exploração dos sistemas de rega já existentes, de modo a rendibilizar os investimentos já realizados, nomeadamente reduzir os consumos de água, de mão de obra e de energia, os riscos de erosão hídrica provocada pela água de rega e contaminação do ambiente e aumentar a produção das culturas envolvidas, ou seja, aumentar o rendimento de utilização da água.
Para que tal se torne possível será necessário antes de tudo analisar a situação presente, a qual permitirá, de acordo com MERRIAM E KELLER 1978, MERRIAM et al 1981 e KELLER et al 1981:
- Identificar as deficiências de concepção e de operação do sistema, e consequentemente, as alternativas conducentes à correcção e melhoria das condições de exploração
- Determinar os níveis de eficiência do sistema, no que se refere à aplicação e uniformidade da distribuição da água, e sua comparação com os níveis potenciais admitidos
- A obtenção de informação que conduza ao melhoramento da concepção futura de sistemas semelhantes
- A obtenção de informação tendo em vista a comparação de vários métodos, sistemas de distribuição e condições de operação em bases económicas.
A avaliação de um sistema de rega, necessita, portanto, do conhecimento das condições actuais de gestão e exploração do sistema, o que envolverá a recolha de dados de campo, que, depois de tratados, permitam a tomada de decisões conducentes ao melhoramento da utilização do sistema.
Estas decisões implicam, a maioria das vezes, pequenas modificações nas técnicas de gestão, embora possam conduzir à necessidade de estudos mais aprofundados, ou de maiores investimentos que permitam a mecanização ou automatização do sistema (MERRIAM e KELLER 1978).
As técnicas de avaliação dos diversos sistemas de rega encontram-se bastante detalhadas em MERRIAM e KELLER 1978 e MERRIAM et al 1981, e será essencialmente com base nos trabalhos destes autores que será abordado este assunto.
ÍNDICE
14 – AVALIAÇÃO DE sistemas de rega
14.1 – Introdução
14.2 - Conceitos Básicos e Terminologia
14.2.1 - Introdução
14.2.2 - Conceito de Eficiência
14.2.2.1 – Considerações gerais
14.2.2.2 – Factores que afectam a Eficiência de rega
14.2.3 - Conceito de Uniformidade de Aplicação
14.2.3.1 - Definições
14.2.3.2 - Qualificação da Rega
14.2.3.3 - Factores Que Afectam a Uniformidade de Aplicação
14.2.3.4 - Conclusões
14.3 - Técnicas de Avaliação e Interpretação de Resultados
14.3.1 - Introdução
14.3.2 - Rega por Gravidade
14.3.2.1 - Rega por Sulcos
14.3.2.1.1 - Avaliação Simples
14.3.2.1.1.1 - Observações de Campo
14.3.2.1.1.2 - Utilização dos Dados Observados
14.3.2.1.1.3 - Análise e Recomendações
14.3.2.1.2 - Avaliação Completa
14.3.2.1.2.1 - Observações de Campo
14.3.2.1.2.2 - Utilização dos Dados Observados
14.3.2.1.2.3 - Análise e Recomendações
14.3.2.1.2.4 - Aplicação Numérica
14.3.2.2 - Rega por Faixas
14.3.2.2.1 - Introdução
14.3.2.2.2 - Avaliação Simples
14.3.2.2.2.1 - Observações de Campo
14.3.2.2.2.2 - Utilização dos Dados Observados
14.3.2.2.2.3 - Análise e Recomendações
14.3.2.2.3 - Avaliação Completa
14.3.2.2.3.1 - Medições e Registos
14.3.2.2.3.2 - Tratamento dos Dados
14.3.2.2.3.3 - Análise e Recomendações
14.3.3 - Rega por Aspersão
14.3.3.1 - Ramais Porta-Aspersores
14.3.3.1.1 - Introdução
14.3.3.1.2 - Avaliação Simples
14.3.3.1.2.1 - Observações de Campo
14.3.3.1.2.2 - Utilização dos Dados Observados
14.3.3.1.2.3 - Análise e Recomendações
14.3.3.1.3 - Avaliação Completa
14.3.3.1.3.1 - Medições e Registos
14.3.3.1.3.2 - Tratamento dos Dados
14.3.3.1.3.3 - Análise e Recomendações
14.3.3.2 - Canhões Automotores
14.3.3.2.1 - Introdução
14.3.3.2.2 - Avaliação
14.3.3.2.2.1 - Medições e Registos
14.3.3.2.2.2 - Tratamento dos Dados
14.3.3.2.2.2 - Aplicação Numérica
14.3.3.2.2.3 - Análise e Recomendações
14.3.3.3 - Center - Pivot
14.3.3.3.1 - Introdução
14.3.3.3.2 - Avaliação
14.3.3.3.2.1 - Medições e Registos
14.3.3.3.2.2 - Tratamento dos Dados
14.3.3.3.2.3 - Aplicação Numérica
14.3.3.3.2.4 - Análise e Recomendações
14.3.3.3.2.4 - Causas da Não Uniformidade de Aplicação
14.3.4 - Rega Localizada
14.3.4.1 - Introdução
14.3.4.2 - Avaliação
14.3.4.2.1 - Medições e Registos
14.3.4.2.2 - Tratamento dos Dados
14.3.4.2.3 - Aplicação Numérica
14.3.4.2.4 - Análise e Recomendações
14.3.5 - Avaliação de Estações de Bombagem
14.3.5.1 - Introdução
14.3.5.2 - Objectivos
14.3.5.3 – Desempenho Energético
14.3.5.3.1 – Avaliação do Grupo de Bombagem Por si só
14.3.5.3.1.1- Metodologia
14.3.5.3.1.1.1 – Considerações Gerais
14.3.5.3.1.1.2 – Medições e Registos
14.3.5.3.1.1.2.1 - Taxa de Consumo de Energia (electricidade)
14.3.5.3.1.1.2.1.1 - Contadores da EDP
14.3.5.3.1.1.2.1.2 - Com Recurso À Pinça Universal
14.3.5.3.1.1.2.1.3 - Com Recurso às Facturas da EDP
14.3.5.3.1.1.2.2 - Caudal
14.3.5.3.1.1.2.3 - Pressão
14.3.5.3.1.1.2.4 – Altura manométrica total
14.3.5.3.1.1.2.4.1 - Altura manométrica de compressão
14.3.5.3.1.1.2.4.2 - Altura manométrica de aspiração
14.3.5.3.1.1.2.5 - Velocidade de rotação da bomba
14.3.5.3.1.1.3 - Avaliação
14.3.5.3.1.1.3.1 - Eficiência
14.3.5.3.2 – Adequação do Grupo de Bombagem ao Sistema de Rega
14.3.5.3.2.1 – Medições e Registos
14.3.5.3.2.2 – Tratamento dos dados
14.3.5.4 – Desempenho Mecânico
14.3.5.4.1 – Considerações Gerais
14.3.5.4.2 – Metodologia
14.3.5.4.3 - Parâmetros de Avaliação
14.3.5.4.3.1 - Vibração
14.3.5.4.3.2 - Temperatura
14.3.5.4.3.3 - Outros
14.3.5.4.4 - Locais e Formas de Medição
14.3.5.4.5 - Processamento e Análise de Resultados
14.3.5.5 – Equipamento Necessário
14.3.5.6 – Causas possíveis de mau desempenho das estações de bombagem
14.3.5.7 – Aplicação Prática
14.3.5.8 – Análise e Recomendações
14.4 - Avaliação de eficiência de rega ao nível do Perímetro
14.4.1 - Introdução
14.4.2 - Metodologia
14.4.2.1 - Considerações Gerais
14.4.2.2 - Indicadores a utilizar
14.4.2.2.1 - Introdução
14.4.2.2.2 - Indicadores de gestão de IPTRID
14.4.2.2.2.1 - Indicadores de fornecimento de água
14.5 - Avaliação de eficiência energética ao nível do Perímetro
14.5.1 - Introdução
14.5.2 - Metodologia
14.5.2 - Medições e registos
14.5.3 - Tratamento dos dados
14.5.4 - Aplicação numérica
14.6 - Avaliação de desempenho de um filtro de rega
14.6.1 - Introdução
14.6.2 - Metodologia
BIBLIOGRAFIA